CF 2013: "A Cultura Midiática"
19-02-2013 10:52
Continuamos nossa conversa sobre o tema da CF2013, Fraternidade e Juventude. No encontro anterior, falamos sobre os impactos da mudança de época em que vivemos. Vamos continuar nossa conversa falando hoje sobre a cultura midiática na vida do jovem, conteúdo do texto-base.
Cultura midiática é um "processo comunicacional”, que acontece utilizando daquilo que chamamos de meios de comunicação de massa, isto é, os jornais, as revistas, o rádio, a televisão, a internet, e outros. E nessa cultura midiática, o jovem surge hoje como um “novo modelo de agente de comunicação”, utilizando a internet, as redes sem fio e redes sociais. A Rede social é formada por "pessoas ou organizações que estão conectadas por um ou por vários tipos de relações e que partilham valores e objetivos comuns"(wikipedia).
As Redes sociais tornam-se ambientes em que os jovens não conseguem viver mais "sem os instrumentos tecnológicos próprios de seu mundo de comunicação.” E é nesse ambiente das novas tecnologias em que se pode ser, rapidamente, ouvido, visto e considerado que estão as raízes do novo jeito de ser e interagir do jovem de hoje. Porém, há nisso um risco iminente: o jovem pode ficar dependente dessas formas de comunicação e “querer e necessitar estar sempre conectado" e supervalorizar esse jeito de se encontrar com os outros (encontro virtual) e esquecer que, nas relações, a melhor forma de nos entendermos é a forma presencial, quer dizer, a presença física. “O melhor meio de comunicação é a própria pessoa”.
Mas, como fica o protagonismo dos jovens nesta cultura midiática? O protagonismo acontece através da “conexão com outros jovens e com a esfera pública”. Então os jovens se tornam “socialmente fortes e valorizados” porque “conhecem e dominam as linguagens”, muito “mais que seus próprios pais e educadores”. As novas gerações vivem num universo de “interatividade e relações”, que promovem o diálogo. E o protagonismo do jovem acontece nessa interatividade. Mas, hoje, a forma de relacionar-se com a família é diferente das formas do passado: o uso das tecnologias “tendem a um isolamento” “em detrimento do diálogo e da partilha”.
Os jovens têm uma visão mais ampla, uma ”visão planetária”, desejando viver num “mundo mais pacífico, mais tolerante e mais responsável”. Vivem num “mundo sem fronteiras”, marcado pelo “respeito às diferenças entre as culturas e religiões” e têm sensibilidade diante dos principais problemas do mundo. Percebemos em muitos lugares algumas manifestações políticas que são frutos da “consciência e atuação política”. A maioria das nossas crianças e jovens vive nesse "universo midiático”; e infelizmente, aqueles que não têm acesso, “são considerados como se fossem menos importantes em relação aos inseridos”. Embora todos tenham o direito de acessar a “tecnologia moderna”, é grande o número daqueles que chamamos de “excluídos digitais”. E isso dificulta o protagonismo juvenil.
Diante da Igreja, os jovens conectados “acreditam em Deus e buscam o sagrado”, não negam a sua fé e desejam cultivá-la. Querem ser ouvidos e participar ativamente das atividades da Igreja, “querem escutar e falar ao mesmo tempo”. E as redes sociais são utilizadas por eles como espaços de evangelização.
Diante das novas gerações a Igreja entende que “a utilização das redes sociais aproxima os jovens da missão” e entrega para eles a responsabilidade de evangelizar este “continente digital”, fazendo “bom uso da sua presença no areópago cultural”.
A cultura midiática, “modo de viver e de comunicar dos jovens, desafia paradigmas”, “apresenta novas questões” que devem ser debatidas e aprofundadas. Para isso, a Igreja precisa ter “uma atitude educativo-interativa com os jovens, que dialogue com eles”.
No nosso próximo encontro vamos falar mais sobre a realidade da juventude no Brasil. Tenha um dia abençoado! Até amanhã!
Ir. José Torres, CSsR.
(CF 2013 - Fraternidade e Juventude: “A Cultura midiática”, p. 19-30).