CF 2013: O Fenômeno Juvenil

20-02-2013 09:24

 

No texto de ontem, falamos sobre a cultura midiática em que a juventude utiliza-se das redes sociais para se comunicar, utilizando dos instrumentos tecnológicos em suas relações. Hoje, vamos conversar sobre o fenômeno juvenil, neste tempo de grandes mudanças culturais.

 

Atualmente, nos meios de comunicação, os jovens são apresentados como “modelos de beleza, de vigor, de saúde e de liberdade”, mas também como “violentos, descompromissados, desordeiros, libertinos e voltados às drogas”.

 

Mas, o ser humano não nasceu para cumprir um destino, não nasce pronto, mas vai se formando ao longo das experiências que faz: ao longo da vida a pessoa vai formando a sua existência, isto é, a sua subjetividade.  A subjetividade é o “processo de constituição de uma vida, de uma existência, da pessoa, do eu”; as subjetividades são “em grande parte, produtos do contexto em que a pessoa vive”. Então perguntamos: que experiências temos oferecidos aos jovens para a construção de sua subjetividade, do seu “eu”, da sua existência? Hoje, há uma grande carência de pessoas que se disponham a acompanhar os jovens nas comunidades. Percebe-se que as “estruturas adultas”, aos poucos, estão se distanciando do “meio juvenil”. E isso não é bom.

 

 “Os tempos atuais são profundamente marcados pela fluidez e pela fragmentação. As relações interpessoais tendem a ser horizontais e abertas”. Isto faz com que os jovens vivam num mundo plural.  Eles “se organizam em pequenos grupos, distintos pelas suas relações sociais, econômicas, midiáticas, culturais”. Isso desestabiliza as “instituições eclesiais e seculares”, mas por outro lado “proporciona novas maneiras de organização”. A pertença dos jovens à Igreja é muito “mais existencial e afetiva”, quer dizer, cada um procura pertencer ao grupo ao qual está ligado afetivamente.

 

A juventude também tem formas associativas específicas, isto é, cada um busca participar de grupos que mais se adequam ao seu gosto ou se parecem com o jeito de ser. Apesar das dificuldades, “os jovens demonstram grande força, motivação e entusiasmo pela vida”. Isso é visível através dos “grupos juvenis” e das “atividades coletivas” nas redes sociais, formando “verdadeiros ambientes de convivência e de interação”. E esses ambientes de convivência e relação estão sempre em maior organização no “mundo urbano”, nas cidades. É aí que aparecem as formas associativas, como por exemplo as tribos, que “são agrupamentos humanos com costumes, aparências, estilo musical e moda peculiares”. Surgem também Grupos religiosos que oferecem “propostas religiosas formais radicais na relação com o sobrenatural”, com Deus. Aparecem também pastorais e movimentos em nossas comunidades e paróquias, como opção para a vida dos jovens, oferecendo “espaço de agregação e de sociabilidade”. Mesmo assim há um número substancial que participa apenas da missa dominical ou não se “identificam com nenhuma expressão associativa”, embora “permaneçam em nossos ambientes” de igreja. O DNJ, os encontros de final de semana, assim como outros eventos voltados para a juventude, confirmam a sede de “oportunidades significativas e organizadas” para os jovens. E, apesar dos sacrifícios, muitos jovens “maduros em sua vocação”, “não medem esforços nem economizam tempo e simpatia para servir os irmãos”, especialmente nas periferias. Surgem grupos ecológicos, “preocupados com a degradação do ecossistema”; continuam atuantes os grupos de afirmação da identidade, que despertam as pessoas contra as injustiças sociais, o preconceito, a pobreza, a corrupção; há também Grupos que se manifestam e se posicionam frente à globalização; Grupos folclóricos e artísticos, incentivados por instituições; grupos que lutam através das redes sociais, organizados pelas novas tecnologias “em tempo real”, porque a rede social tornou-se uma “maneira inovadora e incontrolável de se relacionar” e se organizar.

 

Uma das formas de organização da juventude é a comunicação em tempo real, fazendo acontecer uma “sociedade sem fronteira”. “Nessa rede de relações, surgem novos conceitos, novos símbolos, uma nova linguagem, mais simplificada, mais veloz e mais direta, e essa linguagem é rapidamente assimilada pelos jovens”. É uma “linguagem própria” e “em constante mudança”.

 

Amanhã, vamos continuar conversando sobre o fenômeno juvenil, sobre como vivem os jovens neste tempo de grandes mudanças. Paz e luz em seu coração. Fique com Deus!

Ir. José Torres, CSsR.

(CF 2013 - Fraternidade e Juventude: Primeira Parte, “A Cultura  midiática”, p. 30 -39).

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