Influência da Música na Educação
10-07-2014 08:48
Se a educação estética é importante para a vida, a música faz parte dela em todos os momentos. Por isso, é muito importante entender a importância da música e como ela nos influencia no dia-a-dia. A Estética, como sabemos, possui uma riqueza muito grande de formas de expressão: teatro, música, dança, pintura, arquitetura, poesia, etc. A expressão musical é uma manifestação artística que “sempre esteve presente em todas as realizações humanas, oportunizando suas expressões”[1].
A música é a expressão artística mais presente no cotidiano das pessoas. Com exceção dos que nasceram portadores de deficiência auditiva, homens e mulheres cantam algum tipo de música, seja um trecho de uma grande composição como a abertura da Quinta Sinfonia de Beethoven, seja uma simples cantiga de roda, cada um de acordo com a sua capacidade.
As possibilidades de educar através da música são infinitas. Utilizando a poesia musicada, os ritmos e melodias é possível propor reflexões, obter ensinamentos, aprofundar informações, transmitir mensagens importantes para transformar atitudes e comportamentos. Se olharmos a discografia da música brasileira, encontraremos uma enorme riqueza de temas, ritmos, melodias e sons que comportam mensagens educativas, falam de situações da vida, transmitem um sentimento de esperança e uma palavra de conscientização, enfim, expressam verdades sobre a vida. Alguns grupos e bandas brasileiros, especialmente da MPB (Música Popular Brasileira) o fazem com muita profundidade e conseguem atingir um número significativo de jovens. Desses grupos podemos citar obras tais como: “Pra quem tem fé” (O Rappa), “Pais e Filhos” (Legião Urbana), “O que é o que é” (Gonzaguinha), “Lavagem Cerebral” (Gabriel, o Pensador), “Caçador de Mim” (Milton Nascimento), “Tocando em Frente” (Almir Sater) e tantas outras.
Além de ser um aliado importante para a educação e o desenvolvimento da pessoa, a música pode ser utilizada como terapia pois contém propriedades terapêuticas importantes para ajudar na superação dos seus traumas físicos e psicológicos, no relaxamento, no descanso mental e corporal, além de atuar na prevenção de doenças. Surge aí a Musicoterapia que é “o uso da música para melhorar o funcionamento físico, psicológico, intelectual ou social de pessoas que têm problemas de saúde ou educativo. Pode então ser definida como “um processo de intervenção sistemática, na qual o terapeuta ajuda o paciente a obter a saúde através de experiências musicais e de relações de se desenvolvem através delas como as forças dinâmicas para a troca” (Bruscia, 1998)[i]
Se observarmos os grandes shows musicais, veremos um envolvimento quase total de cada pessoa no momento da execução da obra. Tal envolvimento é capaz de fazer expressar sentimentos e emoções em gestos, palavras, gritos histéricos, pulos, lágrimas, sorrisos, coreografias e até violência. Para isso, basta que o artista tenha em mãos a capacidade de conduzir as pessoas para tais objetivos. Portanto, a pessoa que está nesse contexto musical é convidada a abrir-se para acolher o conteúdo proposto, a deixar-se envolver pela “viagem” musical, levando-a a fazer uma experiência estética prazerosa de significado único. Essa realidade pode ser utilizada na formação ou educação estética, buscando promover na pessoa a sua maturidade humana.
Música e educação fazem uma parceria inseparável no desenvolvimento de cada pessoa. Quando escolhemos uma música para “curtir”, estamos selecionando um material importante na construção do nosso ser. Assim também, cabe aos educadores e formadores de opinião ter o cuidado de selecionar e oferecer o melhor, afinal são capazes de influenciar as decisões e comportamentos de seu público.
Diác. José Torres, CSsR.
Musicoterapeuta
[1] Dinéia URBANEK e Maria Terezinha PARZIANELLO. “Arte-Educação”. URL Internet: https://www.fepe.org.br/artes.htm
[i] Bruscia, KE. Defining Music Therapy, NH: Barcelona Publishers, 1998