Que é ser Protagnista?

22-02-2013 10:50

 

Em nossos últimos encontros, conversamos sobre o conteúdo do primeiro capítulo do texto-base da CF 2013. E antes de passarmos para a segunda parte, eu queria destacar um aspecto do conteúdo que nós já conversamos. 

E aqui eu queria retomar o tema do protagonismo da juventude. O que é protagonismo? O que significa ser protagonista?  O texto da CF diz que o objetivo geral é “acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para o seu protagonismo, no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz”. Se formos pesquisar no dicionário, vamos entender que o verbo PROTAGONIZAR é o mesmo que SER PROTAGONISTA. Ser PROTAGONISTA significa ser o ator principal, ser o personagem principal dos acontecimentos.  Daí, a gente pode entender melhor o que a Igreja quer com a Campanha da Fraternidade: a Igreja quer dizer ao jovem que o espaço dele está aberto, que há um lugar especial para a juventude, que a Igreja sem juventude, fracassa, que a Igreja se completa com a presença dos jovens.

O jovem precisa da Igreja para cultivar a sua fé e caminhar com esperança, mas ela também precisa do jovem para que ela seja mais criativa, mais audaciosa, mais renovada e possa exercer sua missão com mais alcance. Costumo dizer que uma comunidade, uma paróquia sem juventude está fadada ao fracasso. Se ela não tem jovens atuando, inovando e participando, é sinal de que, aos poucos, aquele grupo pode morrer e se esvaziar. Isso seria trágico.

A gente sabe que os rapazes e moças de hoje têm outra forma de pensar e sentir em relação aos jovens da década passada. E por isso a gente precisa tentar entendê-los e abrir espaços para que eles atuem, para que eles mostrem seu rosto, falem o que sentem e o que entendem sobre a vida. Não precisamos concordar com tudo, mas é dever nosso dever respeitá-los como eles são, oferecer espaço para que façam suas experiências, cresçam como cristãos, exercitem suas relações, atuem e aconteçam do jeito deles.

Sabe, minha gente, a mudança de época, toda essa revolução que o mundo da tecnologia traz, a nova visão de mundo, os novos paradigmas, obrigam a todos nós confrontarmos com nossos preconceitos, detectá-los e acabar com eles. Antigamente, ser diferente era quase um pecado, sentir-se diferente do outro, era motivo de vergonha; hoje, ser diferente é ter identidade, é uma forma de ser e existir no mundo. E a juventude hoje é assim, cada um tem um estilo próprio, pertence a um determinado grupo ou tribo, se veste com modas excêntricas, às vezes com estilos extravagantes; algumas moças com maquiagem forte, alguns rapazes com adorno (brinco) na orelha... Isto é certo ou é errado?

Não se trata de perguntar pelo certo e o errado, trata-se de acolher o jovem na comunidade com aquilo que ele traz, com seus sofrimentos e alegrias, com suas virtudes e fraquezas, com suas pobrezas e riquezas... sem preconceitos, como Jesus fazia. Acolher a pessoa para que ela sinta que, naquele espaço e naqueles corações, ela encontrará apoio para crescer e aprender mais sobre a vida. Mas se nós quisermos que os jovens se enquadrem em nosso pensamento, em nossa maneira de ser; se achamos que eles têm de fazer aquilo que nós adultos queremos, só porque temos mais experiência e já sabemos os caminhos da vida, não vamos ajudá-los a fazer história como protagonistas. Nosso preconceito é lixo interior, e não podemos impor isso a ninguém.

Quando nós éramos jovens, também queríamos imprimir nossa marca na comunidade, criar novos acontecimentos, deixar nosso nome gravado nos corações das pessoas. Agora, existe outra geração que precisa ocupar o seu lugar de jovem e dar um novo colorido em nossa sociedade, em nossa Igreja. Ajudar os jovens a serem protagonistas, artífices e artistas da paz em nossas comunidades, eis aí o desafio. Eis aí a chance de renovação.

Uma coisa é certa: uma paróquia ou comunidade que acolhe, dialoga, orienta, dá espaço e motiva o jovem, pode até ter problemas, mas será sempre renovada, dinâmica, vigorosa, animada e cheia de esperança.

No próximo encontro vamos iniciar o segundo capítulo do texto-base da CF. Tenha um dia abençoado! Até amanhã!

Ir. José Torres, CSsR.

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